segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tic-tac

O relógio parou. Já não o ouço tiquetaqueando como outrora...será que um dia ele realmente o fez? Quando olho para os ponteiros eles estão estáticos, mas quando eles olham para mim, tudo está normal. Tudo parece normal, por que só o meu relógio insiste em ficar parado? Cada um gira a sua própria roda do tempo, preciso aprender a girar a minha. O crepúsculo é apenas o anúncio da certeza: meu relógio parou, mas o do mundo continua girando.
Trocamos olhares, dizemos palavras, mas nada muda. O sol nasce sorrindo esperançoso, mas se põe triste, frustrado. A esperança é a última que morre, não porque quero, mas sim por ser teimosa; até quando a mentira vai se fazer verdade? O anjo da noite tem que dormir, para que o mundo dos sonhos o abrace com suas fantasias.
Tic-tac, tic-tac, TRIM! TRIM! TRIM! 9:30! Olhe, o relógio funciona! A criança acorda, esperançosa para um novo dia, mas ao olhar os ponteiros, o relógio continua parado; nada mudou. 18 de maio de 91, meu relógio parou e ainda estou esperando alguém que venha consertá-lo. Quando vou aprender a consertá-lo sozinho?

Nenhum comentário:

Postar um comentário