quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Atemporal

No fundo, eu sei que nós vamos ficar juntos. Pode não ser amanhã e nem depois de amanhã, mas vai acontecer. Vai acontecer porque para nós, nenhuma despedida é verdadeiramente um "adeus", mas apenas "até logo", e, ao mesmo tempo que tudo aquilo que sentimos é uma paixão intensa, também não passa de uma lembrança do que vivemos outras épocas, em outras vidas. Não, não é a primeira vez que eu te quis e nem a primeira vez que deu errado; é apenas a repetição de um fato que aconteceu inúmeras vezes e que acontecerá muitas outras. Porque, assim como uma tartaruga nasce e morre com seu casco (e depende dele para viver), nossas almas estão igualmente interligadas.
É uma escolha que está acima do nosso entendimento, o que vivemos não acabou simplesmente e foi bom enquanto durou, mas sim foi mais um recomeço de uma história contada durante os últimos mil anos e que provavelmente continuará a ser contada durante o resto da eternidade. Porque o que nos une é mais forte que a vida, a morte e o tempo, e faz com que isso tudo que vivemos hoje não passe de um prelúdio para algo muito maior. Porque querida, eu não sou um pedaço do seu passado, eu sou um pedaço de você.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um amor para sempre

Por mais que eu queira, não consigo me esquecer de você. Contigo vivi alguns dos melhores momentos da minha vida, que me trazem alegria toda vez que me recordo. Me lembro da primeira vez que nos vimos, eu estava almoçando como todos os outros dias, quando de repente, ao olhar pro lado, me deparei com você, vermelhinha, virada pra mim; foi magnífico. Você é (e sempre foi) diferente de todas as outras e nosso primeiro contato foi como se nos conhecêssemos há anos.
Mas nem sempre você foi a única, confesso que não. Já pensei e experimentei outras mesmo sem perceber o quanto você havia me marcado. Mas quando estou com você, é como se tudo valesse a pena. E por mais que eu tenha tido que pagar um preço alto pra te ter comigo, eu sei que você sempre me valeu o esforço. Te olhar daquela maneira, toda vistosa apenas a minha espera, é indescritível. É uma pena que hoje, devido ao tempo, possamos nos encontrar apenas aos finais de semana. Mas é por uma boa causa; jamais conseguiria estar com você frequentemente, se não tivesse sacrificado parte do meu dia com o serviço.
Hoje eu percebo que, por mais que eu negue, é você quem traz felicidade ao meu final de semana. É você que me tira da monotonia e me traz vivo. É apenas você, com esse seu jeito único de me "encher", que me completa. É de você que eu preciso, é você quem eu quero e é você que me faz feliz. Eu te amei ontem, te amo hoje e te amarei sempre, com seu cheiro, seu queijo e seu molho, minha querida Parmegiana da padaria.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Umbigocentrismo

Te convido a fazer uma experiência: após desabafar sobre um problema que você tem com algum amigo seu, preste bastante atenção na resposta e no conselho dele; em 90% dos casos ele vai dar um exemplo da própria vida e aproveitar pra dizer algum caso particular. No fundo, o seu pepino não interessa a ele, o que importa é a ligação que o mesmo consegue fazer entre o problema e qualquer coisa que ele já tenha vivido. Quer dizer que as pessoas são arrogantes demais para se preocupar até mesmo com os próprios amigos? Arrogante seria uma palavra muito forte, o mais correto seria falarmos em egocentrismo. O ser humano, quase que por necessidade, tem um botão 'foda-se' ligado sempre no piloto automático, que só é desligado em casos em que a (hipócrita) compaixão fala mais alto, mas na maior parte do tempo, tudo que nós queremos, acreditamos e vivemos, é para satisfazer algum desejo nosso.
"Ah, eu quero isso", "Ah, eu gosto dele", "Fulano é meu amigo", "Gosto de ajudar os outros"; você só quer isso, porque isso te traz uma boa sensação; você só gosta dele, porque algo nele te faz sentir bem; ele só é seu amigo, pelo fato dele ser uma pessoa que te faz bem; você só gosta de ajudar as outras pessoas, porque isso te faz feliz de alguma forma; não teria sentido fazer boas ações se elas não nos trouxessem alegria para viver. Nós não somos felizes porque os outros nos fazem felizes, mas sim porque nós criamos nossa própria felicidade por conta dos bons sentimentos que eles nos trazem, mesmo que não admitamos. Porque, honestamente, no fundo você nem liga para as outras pessoas; você se importa com o seu amor pela pessoa, com a sua amizade, a sua lealdade, com a sua popularidade, mas com o próximo mesmo, você não se importa. Mas fique tranquilo, você não é o único, todo mundo faz a mesma coisa com você. A única verdade que existe (para nós) é a nossa, as outras só servem para comparação. Sem hipocrisia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Paradoxo do conhecimento

Já virou moda: chova chuva ou chova sol, todo dia sai alguma reportagem em algum veículo de comunicação falando do entrave econômico que é a falta de profissionais com conhecimento técnico aqui no Brasil. Só que, paralelo a isso, o que vemos no mundo corporativo é um absoluto descaso com quem está começando na área, com um sistema de gestão que quase sempre joga os profissionais que tem formação em projeto e desenvolvimento para cargos administrativos, os quais deveriam, em tese, ser ocupados por pessoas que se graduaram na área. É cada vez mais comum encontrar engenheiros em cargos de diretoria e planejamento estratégico de empresas, de modo que, segundo pesquisas*, 6 em cada 10 não trabalha com engenharia de fato. Mas porque isso acontece? Motivos não faltam: remunerações muito menores para profissionais de áreas técnicas do que para cargos administrativos, má formação dos profissionais pelas universidades, entre outros.
É paradoxal ouvir todo dia que 'falta engenheiro no mercado' e ver a empresa oferecendo 5 mil pro engenheiro de aplicação e 10 mil pro gerente. Nada contra os cargos de gerência, mas existem muito mais pessoas com formação e qualificação profissional para assumir um cargo assim, do que alguém que possa desempenhar adequadamente uma função de aplicação; e pior, muitos dos que se tornam gestores, são formados em cursos como engenharia. Não tem nada a ver com a importância para a empresa (que os dois cargos tem muita), tem a ver com oferta e procura, se é tão difícil achar um engenheiro de aplicação por um salário de 5 mil, talvez não seria pelo fato do salário estar incoerente com o trabalho desempenhado? Afinal, grande parte dos profissionais que estão em cargos administrativos tem formação técnica e apreço pela área, mas acabaram migrando para postos de gestão pela remuneração.
O curso de engenharia é completamente voltado para projeto e desenvolvimento de novas tecnologias, só que é vago em relação à conceitos corporativos. Então porque cada vez mais vemos engenheiros nas cabeças das empresas? Enquanto a administração cria no profissional uma capacidade de avaliar tudo macroscopicamente e ser um estrategista, o curso de engenharia ensina o profissional a aprender e desenvolver. Isso quer dizer que, quando determinada teoria aprendida por experiência própria ou na faculdade pelo administrador se tornar obsoleta, ele provavelmente vai ter muito mais trabalho pra desenvolver ou aprender uma nova do que um engenheiro. Em suma: a ignorância empresarial herdada da graduação pode ser compensada com o espírito auto-didata desenvolvido pelo profissional de engenharia, mas o inverso não ocorre com administradores. É visível que o erro vem do foco da graduação, tanto que cursos como "Engenharia de Produção"; que tem matérias básicas técnicas e de gestão do meio para o final do curso, têm se tornado bem populares entre os jovens, mesmo entre aqueles sem nenhum perfil para engenharia.
De fato, se todos os profissionais com conhecimento técnico trabalhassem na área, não leríamos tanto mimimi. Pior, se as empresas fossem coerentes em pagar o quanto o funcionário vale, este post nem estaria aqui. E tenho dito.

*Fonte: http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/seis-em-cada-dez-engenheiros-trabalham-em-outras-areas-20110315.html

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"Não é você, sou eu."

Eu tenho uma teoria sobre relacionamentos; e não tem nada a ver com dimensões penianas ou saldo da conta bancária. Se você coloca sua televisão em uma tomada e ela não funciona, pode ser que qualquer um dos dois esteja com defeito, mas se você a coloca em 20 tomadas diferentes e em todas elas a sua TV não pega, seria demasiadamente conspiratório afirmar que ela está funcionando perfeitamente e o problema são as muitas tomadas. Amigo, sinto lhe dizer a verdade, mas se você conheceu várias mulheres e nenhuma quis nada contigo, provavelmente elas não combinaram para não te querer. E é nesse momento que você tem que pensar como uma garota terminando um namoro: "o problema não é você, sou eu" (só que no seu caso, isso é verdade).
É simples estatística: se você fixa X, testa ele para vários Y e o resultado é o mesmo, a conclusão que você tira é que o resultado depende apenas de X. É evidente que a realidade não é tão radical e eu estou simplificando as coisas, mas de uma maneira generalizada, é assim que funciona. Então todos os caras rejeitados estão condenados ao fracasso eterno? Não, não foi isso que eu disse. Se você tenta abrir uma porta com uma chave e não consegue, você está usando a chave errada, mas isso não significa que esta chave não abra nenhuma porta ou que nenhuma chave abra esta porta, só quer dizer que, neste caso, esta chave não serve. Mas ela pode abrir uma outra porta, a qual tenha uma fechadura que combine com ela. Entendeu agora? Se você é um fracasso absoluto em relacionamentos, pode ter certeza que o problema é você, mas isso não quer dizer que não exista ninguém no mundo que te ache interessante. Você deve estar pensando: "Que exemplo energúmeno, o que seriam então os garanhões?", e eu respondo: A chave mestra.

sábado, 1 de outubro de 2011

Errar é humano

Meu gestor me escolheu dentre 8 estudantes de engenharia para assumir o estágio que faço hoje com a expectativa de que eu seria um cara técnico e aprenderia fácil o serviço; e ele não estava errado, o que ele não imaginava é que eu tivesse uma necessidade contínua de fazer tudo completamente certo, uma necessidade tão grande que cria um medo absurdo de errar. E esse medo, de fato, me faz errar. Quando estou montando um orçamento, por exemplo, o faço passo-a-passo com toda a cautela do mundo, e quando estou acabando, começa a vir a sensação de que finalmente vou conseguir fazer perfeito; é exatamente nesse momento que eu erro, é aí que meu ego infla e que algum detalhe acaba passando. E, de maneira paradoxal, estas minhas falhas devidas ao excesso de confiança acabam me tirando o foco, me irritando e me criando a sensação de que não sou capaz de realizar o serviço, ou seja, meu superego acaba me deixando desconfiado de mim mesmo.
Não tem nada a ver com saber ou não ou serviço, com estar ou não atento, tem a ver com um sentimento prepotente e asqueroso de não aceitar que pode errar, um sentimento que amigos meus já tinham percebido em mim, mas que eu nunca tinha parado pra notar. Eu sempre me perguntei o porquê de eu nunca gostar de escrever a caneta e o porquê de eu sempre cometer sempre esses erros ridículos, mesmo sabendo como fazer certo, mas nunca soube a resposta, até começar a trabalhar. Eu nunca gostei de caneta porque a caneta me dá a ideia de algo definitivo, de algo que você faz na vida que não tem volta, de uma impossibilidade de consertar e, sabendo o tanto que eu errava, não podia jamais me sentir à vontade com isso; no fundo eu sempre tive medo de escrever a caneta, errar e não ter como consertar. Porque eu tinha que fazer certo, eu sempre tive que fazer certo, mesmo sem um porquê específico. Porque eu sempre tive dificuldade de aceitar a minha condição de humano e susceptível a erros, achando que todos na vida profissional faziam tudo sem cometer erros.
Você pode estar me achando patético por isso, mas experimente um dia fazer algo que você sempre fez no piloto automático com 200% de atenção e com extrema vontade de fazer perfeito; inevitavelmente você vai acabar deixando passar algo. O segredo pra fazer certo é ser tranquilo, com atenção, é claro, mas sem a neurose de ser 'o perfeitinho'; isso além de fazer os outros te acharem arrogante, faz você ser menos do que pode ser, por mais paradoxal que possa parecer. Se quer se doar 125% em alguma coisa, o faça sem medo, mas com humildade, porque com medo e prepotência nem 80% vai sair. Não é vergonha nenhuma errar, vergonha é se limitar por causa do medo.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Colocando pingos nos 'is'

Você já parou pra pensar no porquê de tantas ideias 'perfeitas' na teoria nunca saírem do papel? Me refiro a ideias como o Biodiesel e Carro Elétrico. Provavelmente, se já parou pra pensar, deve achar que os motivos são apenas interesses do governo, mas não são, existem várias explicações 'céticas' a respeito e explicarei abaixo as mais coerentes.
O Biodiesel é, atualmente, uma das maiores esperanças brasileiras como solução energética para os setores que utilizam combustível fóssil como fonte de energia (setor automobilístico, principalmente), ele é um combustível extraído do óleo vegetal e, ao ser queimado, libera uma quantidade muito menor de gases de efeito estufa que a gasolina, diesel e demais combustíveis utilizados atualmente, além de ser completamente sustentável. Não faz pouco tempo que se fala no Biodiesel como combustível alternativo aos combustíveis fósseis, mas se ele é toda essa maravilha que dizem, então por qual motivo o mesmo nunca sai do papel? Uma breve reflexão: como dito, o Biodiesel é extraído do óleo vegetal, mas para fazê-lo, sempre existe uma 'perda' de glicerina (sabão, basicamente), que, com a produção em massa, não se sabe se seria completamente aproveitada pelo mercado, além disso, a glicerina, quando queimada, libera substâncias que, segundo pesquisas, são cancerígenas. Mas não é só isso. Para se produzir óleo vegetal, é necessário que se cultive plantações e, com isso, só restam duas alternativas: sacrificar boa parte da agricultura para ter aonde cultivar as plantações para obtenção de óleo, ou desmatar; é evidente que ambas as alternativas são ineficazes. Além disso, a produção intensiva de biodiesel acaba detonando com a capacidade do solo, o que prejudica toda a fauna e flora local.
Carro elétrico. Parece lindo, não? Parece, mas não é. Atualmente, os automóveis utilizam motores à combustão interna, ou seja, eles transformam a energia térmica da queima do combustível em energia cinética para se movimentarem, mas com isso produzem gases poluentes que agravam o efeito estufa, que causam a chuva ácida, entre vários outros problemas que todos nós estamos cansados de saber, então por que não parar de usá-los e migrarmos para os carros movidos a motores elétricos? A matriz energética brasileira é constituída basicamente de hidroelétricas, devido ao enorme número de rios que temos em nosso país, porém, na maior parte do mundo, as principais usinas produtoras de energia são as termoelétricas. O que quero dizer com isso? Bom, se todos os carros com motores à combustão fossem substituídos por carros movidos à motores elétricos, inevitavelmente teríamos que aumentar a nossa matriz energética para suportar tal necessidade, e isso faria com que tivéssemos de criar novas termoelétricas, ou seja, deixaríamos de queimar gasolina, álcool, diesel ou gás natural nos nossos automóveis, para queimarmos carvão nas termoelétricas; ficaria elas por elas.
O Biodiesel e o Carro Elétrico não são as únicas ideias que são vendidas pela mídia como perfeitas e que possuem vários defeitos, são apenas dois exemplos, a questão é que sempre existe algum motivo que ainda não nos foi esclarecido para algo que parece perfeito ainda não existir na prática. Às vezes a explicação não está ao nosso alcance, mas nada é por acaso. Sempre existe explicação. Mesmo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Eu, eu mesmo e meus (pseudo)rolos

Não sou um cara que tem fama de pegador, não sou o cara mais lindo do mundo e muito menos o mais interessante. Sei das minhas limitações, mas sei também que tenho qualidades, as quais muitas vezes passam despercebidas. Não preciso ter todas as mulheres do mundo pra ser feliz, mas eu preciso de uma, apenas uma, para que isso aconteça. E sim, está difícil de encontrar. Em alguns momentos penso que sou exigente demais, por procurar requisitos os quais são raridade hoje em dia, como fidelidade e companheirismo, mas são princípios que tenho comigo de berço, que meus pais me ensinaram. Não serei hipócrita e direi que não ligo pra beleza, isso não existe, a questão é que eu tenho consciência pra saber que não é pelo fato da pessoa ser extremamente bonita, que ela vai conseguir me fazer feliz. Porém, a beleza da mulher tem que me atrair, me fazer ter vontade de conquistá-la, senão, de nada adianta a garota ter qualidades magníficas se eu não tiver interesse na mesma.
Estou com 20 anos e nesse tempo, tive dois 'relacionamentos' de 1 mês, várias ficadas de 1 ou 2 dias, um relacionamento pela net de 6 meses e nenhum namoro de fato. Não sei até que ponto isso é realmente bom e até que ponto eu poderia ter crescido se tivesse namorado, mas em alguns momentos eu sinto falta. Eu não gosto de expor isso, mas eu sinto falta. Chega no domingo a tarde, tenho vontade de ir ao cinema e vejo que não tenho com quem ir. No caso, vou sozinho, mas é claro que preferia ter alguma garota que fosse comigo. E minha carência não é exatamente física, porque pegar alguma garota em balada não exige nada demais, a carência é afetiva mesmo, de ter alguma pessoa que possa me acrescentar algo de uma maneira diferente.
Ok, já disse o que me incomoda, já disse o que quero, agora direi um pouco do porquê ainda não consegui. Na maioria das vezes a desculpa é a mesma: "somos apenas amigos", mas já tomei tiradas épicas como por ex: "Você será perfeito com 30 anos" (obrigado por falar que hoje sou um zero à esquerda) [eu tinha 16], "O problema não é você, sou eu" (verdade, o problema é você, que é mulher e junto com todas as outras tem o mesmo problema...ou não), "Você merece alguém melhor do que eu" (foda-se, eu quero você), "Então João, o fulano namorado de ciclana nunca foi fulano, sempre foi fulana" (Ok, essa eu aceito). Dói, dá revolta e eu reclamo, mas eu sei que a culpa não é delas. Não é justamente pelos padrões de foras, pelas respostas repetitivas e por eu perceber que criou-se um laço afetivo de maneira errônea com a pessoa. Um laço de amizade, que me jogou pra friendzone da garota e que, para ela, fez meu pipi ser de uso único para urinar. Mas então, o que fazer? Chamar o Batman? O Super Man? O Andrés Sanches (pô, ele tá erguendo o estádio do Coringão!)? Honestamente, rezo para que seja uma fase da minha vida e que isso mude com o tempo, porque, brincadeiras a parte, se sentir sozinho incomoda, mas se sentir desvalorizado machuca de verdade.
Por fim, não me resta outra alternativa a não ser dar tempo ao tempo e ver o que o futuro me reserva.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coerência

Você pode não esperar que as pessoas te tratem bem, não deve obrigá-las a gostar de você e, em alguns momentos, pode não conseguir evitar que elas te desprezem, mas o que você não pode, é aceitar que elas sejam incoerentes com você. Senhores, ninguém dá um tiro na cabeça de outra pessoa e vai ao velório pedir desculpas, justamente porque isso contradiria o que tal indivíduo fez anteriormente e porque esse tipo de ferida não cicatriza nos corações de ninguém.
Esse é o mínimo que espero e cobro: coerência. Amor, paixão, amizade, preocupação, fidelidade, entre outras coisas, dependem, fundamentalmente, do quão coerente são as atitudes da pessoa contigo. Porque amigo, se o dono do mercado reclamou a vida toda pra você que não tem freguês e quando você vai lá o cara fala que acabou o estoque, tem algo de errado.
O problema das pessoas não seguirem padrões de pensamentos está no fato delas não entenderem e não saberem o que querem. Lembra aquele teu amigo que ficou chorando a vida toda que não tem muitos amigos, mas quando você chama ele pra sair e zuar na rua, ele fala que está ocupado jogando magic? Então, sinto lhe informar, o seu amigo não quer sair pra curtir a vida, ele quer que todo o mundo venha até a casa dele e, enquanto ele joga magic, todos (inclusive ele) se divirtam fazendo uma festa. O que ele não entende é que isso é fisicamente impossível e, para poder se divertir e conhecer gente nova, ele terá de abrir mão de algumas coisas; como jogar magic. De maneira idônea, se você, minha senhorita, reclama a vida toda de estar solteira e que nenhum homem no mundo quer nada contigo; uma vez que para ti todos são iguais e nenhum quer nada sério; deveria em algum momento parar pra pensar se isso é realmente o que você acredita e mais, se o que você não está procurando é alguém como aquele que quebrou seu coração, mas que dessa vez possa escrever a história de maneira diferente.
Não cobre de ninguém que te ame ou que seja teu amigo, ninguém tem o direito de fazer isso e muito menos a obrigação de aceitar, exija apenas que as pessoas não entrem em contradição, que elas te respeitem e te tratem com dignidade. Porque ser digno é, basicamente, ser coerente.

sábado, 9 de abril de 2011

Determinismo

Existem, basicamente, três maneiras de se enxergar a vida: a primeira é acreditar que absolutamente tudo já está 'escrito' e pré-determinado por uma força maior e que o destino é inevitável e imutável, ou seja, crer no determinismo; a segunda é ver tudo como mera consequência dos nossos atos, sendo a realidade um emaranhado de reações das nossas ações, que se interceptam a cada segundo e a cada momento, não tendo assim nenhuma relação pré-determinada e nenhum roteiro a seguir; e a terceira, é pensar no misto das duas filosofias, isto é, que existem coisas que são inevitáveis (além da morte) e que existem outras que são moldadas pelos nossos atos.
Hoje, 10 de abril de 2011, eu estou em frente a um computador mais velho do que guaraná com rolha escrevendo um texto que, para os deterministas, eu já estava destinado a escrever. Ou seja, de certa forma, independente das atitudes que eu tomasse, a decisão final, segundo eles, é que eu escreveria este texto hoje e neste momento, pois o mesmo é necessário para manter a 'ordem' das coisas pré-programadas. Mas e se eu simplesmente decidisse não o escrever? Essa é uma possibilidade inexistente, haja vista que, independente do meu parecer final, o futuro é inevitável. O problema do determinismo é que ele limita as pessoas ao conformismo e as faz não tomar atitudes por achar que tudo só precisa de tempo, que tudo acontece naturalmente. Por outro lado, existem coisas que só acreditando no destino é possível explicar, como muitos romances em que duas pessoas se conhecem por acaso, acabam se casando e encontram a felicidade.
Amanhã, se eu sair de casa e for atropelado por um carro, inevitavelmente estarei modificando a vida da pessoa que me atropelou, a de todos que viram, a dos médicos que me atenderão e, obviamente, a minha também, porém, se eu simplesmente não sair de casa, não conhecerei essas pessoas e nada mudará. Eu sei, você deve estar pensando: "tá, e daí?", o fato é que o que vai acontecer comigo depende unica e exclusivamente das atitudes que eu tomo e que, se eu não fizer nada, as coisas permanecem estáticas. De maneira contrária, qualquer atitude que eu tomar pode e deve modificar intensamente a ordem das coisas, mudando assim o rumo futuro, o que, de certa forma, derruba a idéia determinista. Assim, acreditar na vida como apenas resultado das nossas ações é, de certa forma, se negar a acreditar que tudo não passa de um algoritmo que seguimos, mesmo sem perceber, que tudo é imprevisível e que nós somos completamente responsáveis pelos nossos atos, embora completamente ignorantes a respeito dos seus impactos. Porém, essa filosofia falha brutamente se repararmos o número incontável de coincidências (importantes ou não) que acontecem na nossa vida, seja conhecendo pessoas que a mudarão ou tendo oportunidades inesperadas.
A terceira maneira de ver as coisas é, fundamentalmente, um combinado das duas outras, de maneira que não nos deixe conformados perante a realidade, mas que tenhamos noção de que tudo o que fazemos, pode e vai gerar um reação, já pré-determinada ou não. Assim, o "livro dos tempos" existe e está escrito, mas apenas estão escritos os trechos mais importantes, deixando os meios para serem moldados e criados por nós mesmos, para que a vida seja sempre dinâmica.
Por fim, você pode acreditar que tudo está escrito, você pode acreditar que tudo depende do que nós fazemos e você pode acreditar que as duas coisas são verdades, a única coisa que você não pode, é achar que se amanhã eu (ou você) for atropelado por um carro, eu não vou parar num hospital todo estraçalhado por causa da batida. Aliás, poder você até pode, só não significa que seja verdade. Ou não.