terça-feira, 13 de julho de 2010

Meus Pais

Eu fui criado numa família de classe média baixa, embora meus pais não tenham podido me dar tudo do bom e do melhor, uma coisa eles me ensinaram com maestria a cada dia: o que é o amor. Não seria sensato que eu tentasse explicar o que exatamente é, pois acredito que seja impossível, mas contarei a história dos dois.
Meu pai é de Avaré, interior de São Paulo e minha mãe é de Jussara, interior de Goiás. Logo quando adolescentes (no caso da minha mãe, criança), ambos se mudaram para a cidade de Colinas-GO (atualmente Colinas-TO) e, embora meu pai já tivesse namorado uma prima da minha mãe, eles não tinham muito contato. Minha mãe conta que se conheceram de fato numa festinha de amigos, mas nunca me detalhou muito, mas sempre deixou claro que ali que tudo começou. Eles se conheceram naquela noite e logo começaram a namorar, meu pai tinha 19 anos na época e minha mãe tinha 14, ela me conta que sofreu um pouco com meu pai, que chegaram a terminar algumas vezes enquanto namoravam, mas, depois de engravidar, ela acabou casando com ele. Não foi um casamento de grande porte e nem nada magnífico, mas foi o suficiente para aqueles dois apaixonados e foi, indiscutivelmente, muito digno. Eles passaram a lua de mel na cidade de Salinas, aproveitando a praia.
Meu avô havia voltado para São Paulo a convite do meu tio Beto e com isso, cada um dos meus tios foi para um canto do país, sendo que meu pai (e consequentemente a minha mãe), permaneceram em Colinas. Após algum tempo lá, meu pai decidiu voltar para São Paulo, mais precisamente para a cidade de Maracaí, no interior, perto da divisa com o Paraná. Ao se mudarem para Maracaí, meus pais sofreram bastante com o frio do local, pois Colinas é uma cidade tipicamente quente, então eles não tinham blusas grossas ou cobertores bons para suportar o inverno paulista. Não foi fácil. Meu irmão era criança e eles mal tinham aonde dormir, só tinham um colchão velho para dormir numa casa pequena. Comida, graças a Deus, nunca faltou. Foi nessa cidade que conheceram os meus padrinhos, os quais são amigos até hoje. Passaram-se alguns anos e eles se mudaram para uma cidade vizinha chamada Paraguaçu Paulista, ficaram um tempo nela e mudaram para a cidade que a minha vó estava, chamada Assis, isso em meados de 89.
Em Assis, meu pai decidiu montar um negócio novo (até então ele era dono de uma funerária, junto com meus tios), comprou um terreno na periferia da cidade e construiu um mercado. Na época o local não era nem asfaltado, mas meu pai decidiu arriscar, pois diziam ser um negócio lucrativo. E deu certo, eles ganharam muito dinheiro com o mercado (mesmo sendo pequeno), pois a inflação estava altíssima, os produtos valorizavam rapidamente no estoque. É claro que depois de um tempo o mercado já não dava mais todo aquele lucro inicial, pois a inflação havia abaixado muito, mas mesmo assim esse foi e é o principal ganha pão dos dois.
Durante toda a minha infância cresci dentro do mercado, brincando na rua, jogando bétis, jogando video-game, entre outras coisas, mas nunca, absolutamente nunca, eu vi sequer uma discussão dos dois. A gente sempre assistia novela juntos e eu achava estranho os quebra-paus que tinham entre os casais, porque na minha casa nunca aconteceu isso. Eu não entendia porque não tinha noção do quanto eles se amam e do quanto amam a mim e ao meu irmão.
Como deu pra perceber, a vida dos dois não foi e nem é cheia de riquezas e nem de luxo, mas eles vivem o melhor dela: eles se amam. Não precisam ficar ofendendo um ao outro, não precisam dormir em camas separadas e nem nada do gênero pra provar isso, eles o fizeram e fazem a cada dia se respeitando e planejando juntos. Óbvio que não foi e não é fácil, houveram muitas divergências no relacionamento, mas um sabe perfeitamente a hora de ceder para não acabar brigando com o outro; eles se entendem. A eles eu devo tudo, pois se hoje sou alguém digno e tenho princípios, foi porque desde o berço os vi batalhando pelo meu melhor e dando exemplo de respeito e união dentro de casa. Foi porque desde sempre, mesmo às vezes não entendendo, eu tive o amor deles. E se existe uma palavra que define a relação dos dois, é justamente essa: amor.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Falta homem?

É sempre a mesma ladainha: mimimi, aqui não tem homem, mimimi, eu tô encalhada. É incrível como, independente do lugar onde moram, as mulheres SEMPRE reclamam que não tem homem que preste lá. Paremos e pensemos: será que não tem mesmo? Eu desacredito que não tenha, o que acontece é que as mulheres, no geral, são muito exigentes. Se é inteligente e estudioso, reclama que ele a deixa de lado pra estudar, se só dá atenção pra ela, ele a sufoca, se é feio e bonzinho, diz que é só amigo, se é sedutor e largado, fala que é vagabundo e não pensa em estudar, ou seja, sempre tem o que reclamar. Não que não existam mulheres mais realistas e menos choronas, claro que existem, mas é uma minoria incontestável. Além disso, a maioria dos tipos que elas desejam (mais na teoria, do que na prática) "ideais" para namorar, não curtem muito festa, preferem ficar em casa.
Vamos aos fatos: se tem homem que não presta e galinha, é porque tem mulher para que eles galinhem, logo, a culpa não é inteira e absolutamente nossa, mas sim de ambos. As mulheres têm nos acostumado mal, a maioria tem se tornado "fácil" até, o que não nos instiga a ter que conquistá-las. Mesmo com isso, em todo lugar ainda tem machos decentes, que queiram desenvolver um relacionamento legal, mas geralmente são deixados de lado e não são vistos como encantadores, seja somente pelo jeito ou também pelo aspecto físico (geralmente são feios).
Gente decente não é igual a gente atraente; não é porque o cara tem um coração enorme, é sincero, honesto e prestativo, que necessariamente vocês vão gamar nele, geralmente a atração física rola pelos que não prestam (que não vai dar mais nada além de uma boa ficada) ou rola com um meio termo (que geralmente pode dar algo a mais).
Por fim: o que falta não são homens de bem, mas sim interesse das mulheres por pessoas assim.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Hipocrisia x Indiferença

É fato: na vida, ou você age com hipocrisia ou com indiferença. Obviamente existem pessoas na vida as quais amamos verdadeiramente, como nossos amigos e nossa família, mas na maioria dos casos as pessoas não se importam, o que faz com que elas optem por uma das duas alternativas: ser hipócrita, fingir que gosta de todo mundo, mas saber exatamente as pessoas que realmente ama ou ser indiferente e simplesmente não se importar. Note que ser indiferente não quer dizer necessariamente desejar mal ou não ter compaixão, mas sim não ligar, não perder noites de sono por conta de uma pessoa que você mal conhece.
O indiferente abomina o hipócrita, pois o considera mentiroso e falso, prefere não sentir e não demonstrar do que tentar inventar um sentimento apenas para agradar algumas pessoas e a sociedade. Já o hipócrita considera o indiferente frio, incapaz de respeitar e amar as demais pessoas; amor realmente não existe, mas respeito sim. O fato da vida do resto do mundo não interessar ao indiferente não quer dizer que ele vá desrespeitá-los. Cada um na sua, assim que pensa este. A mídia, a maioria das religiões e a sociedade estimula o povo a ser hipócrita, enquanto o mundo corporativo e a economia os instiga a serem indiferentes.
Não cabe a mim julgar o que é certo ou errado, muito menos contestar o caráter e a capacidade de amar das pessoas, mas é certo que jamais alguém, com exceção de Jesus (para aqueles que acreditam Nele, como eu), vá amar todas as pessoas do mundo de maneira equivalente, portanto é necessário que cada pessoa tenha uma postura em relação a isso. E você, é hipócrita ou indiferente?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Apenas amigos? NEM FUDENDO!

Não existe nada mais destruidor para o ego de um homem do que um bando de mulheres o considerar um bom amigo(e só amigo). Sério. O impacto que isso causa no nosso nível de virilidade é indescritível. Não que seja proibido ter amigas mulheres, muito pelo contrário, é excelente que se tenha algumas para que haja uma melhor compreensão do mundo delas. O problema é que mulher parece que não sabe ter amigo, elas não conseguem separar as coisas, acham que porque o cara é amigo, não pode estar afim. Claro que existem exceções, mas os homens que as mulheres mais confiam geralmente são os que elas nunca teriam nada.
Que fique bem claro: não estou incentivando as mulheres a ficarem com seus amigos e muito menos dizendo que todos os casos em que mulheres não ficam com amigos é por conta desse "muro da amizade". Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas é importante que se destaque que o cara que elas procuram e reclamam de não existir, muitas vezes é o amigo que está ao lado delas o tempo todo; e pior, que gosta delas! Aprendam, seres carregados de progesterona e estrogênio: amizade é amizade e paixão é paixão; o fato do cara ser seu amigo não significa que ele não possa te desejar intensamente mais que qualquer outro homem. Muito pelo contrário, como seu amigo, é possível que ele te deseje mais ainda, conhecendo suas qualidades tão bem. E que fique bem claro: para homem, amizade não é desculpa para nada.
Só as peço que entendam de uma vez por todas: "amigos amigos, pegadas à parte".

sábado, 3 de julho de 2010

Bonita? Não obrigado.

Sempre pensei comigo mesmo que beleza fosse essencial, mesmo não desvalorizando as feinhas. Mas de um tempo pra cá estou mudando essa minha visão. Não que tenha descido o espírito de São Jorge em mim e eu esteja querendo pegar altas tilangas, looonge disso, mas, de certa forma, a beleza vem se tornando, a cada dia, um fator secundário. O motivo? tenho conhecido muitas mulheres simples ou feias que tem uma capacidade de raciocínio e uma força de espírito que merece respeito. Prefiro não citar nomes, mas a(s) pessoa(s) que estou citando vai(vão) saber que é para ela(s).
De fato, desde sempre fomos acostumados a valorizar as meninas mais bonitas, com o rosto mais simétrico e com o corpo mais equilibrado, o que deixa as meninas comuns ou feias meio de lado. Muitas dessas que são deixadas de lado, tem uma riqueza de conhecimento e cultura que é difícil encontrar nas belas, uma capacidade de pensar, de solucionar problemas e de se comunicar que realmente me atrai. Sim ME atrai. Digo isso porque a maioria dos homens tem inteligência e maturidade MUITO abaixo desse tipo de mulher, o que faz com que seja difícil para estas conseguirem um relacionamento sério com alguém decente. Homem burro procura mulher burra, basicamente é isso.
Essas mulheres que cito nesse texto, geralmente são aquelas as quais passo horas falando sem perder o assunto, que dou risada, que me enxem o saco, que me chamam de tudo quanto é nome bizarro, mas também são as que mais me entendem, as mais brilhantes e, por um contexto geral, acabam se tornando as mais interessantes. Longe de serem lindas, longe mesmo, mas com uma inteligência cativadora.
Acho que essa é a palavra chave: inteligência. Nada me fascina mais no ser humano do que a inteligência, a capacidade de compreender, a capacidade de pensar, a capacidade de dizer não. Sim, de dizer não, de não se deixar ser influenciado por besteiras, de saber analisar a realidade. Devem estar pensando: mas esse post não é sobre beleza? Pois é, até tinha me esquecido disso, porque a beleza acaba ficando em segundo plano.
Aqui vai a minha dica aos homens: não foquem só nas lindinhas, as normais e as feinhas às vezes tem muito mais a nos oferecer. Porque bonito mesmo é ser inteligente, é ser maduro, é ser humano.