sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ninguém é burro pelo que gosta

Eu acho realmente incrível como para ser culto você não pode gostar de carnaval, não pode gostar de BBB, não pode gostar de samba, não pode gostar de futebol, não pode ser contra (ou a favor, dependendo) a legalização da maconha, não pode comer carne, não pode acreditar em Deus, enfim, não pode quase nada. Parece que, se você gosta de algo, você é ignorante por nunca ter percebido quão fútil aquilo é, se você tem uma opinião, você é um otário de direita que não aceita o que os outros pensam. Contraditório, não? Maconheiros, por exemplo, lutam eternamente para que a sociedade aceite o consumo da erva como algo natural e que a mesma seja legalizada, mas são extremamente estúpidos com quem se incomoda com o cheiro e não quer que seja liberado. Ou seja, ele pode ter o direito de ter a própria opinião acerca da liberação, mas quem pensa o contrário, não pode (o inverso também vale, muitas vezes). O mesmo vale para o carnaval: a moda agora é criticá-lo e falar que deveria acabar, como se as pessoas que gostam de curti-lo fossem um bando de ignorantes fúteis que não conseguem perceber a idiotice que é essa festa; embora eu não participe e nem goste do carnaval, não acho que a inteligência de uma pessoa é limitada pelos seus próprios gostos.
As pessoas têm direito às próprias opiniões e, mais do que isso, têm seus próprios motivos para ter essas convicções, queira você ou não. Ninguém é mais capaz só porque assiste discovery e ouve ópera, da mesma forma que ninguém é ignorante só porque assiste BBB, gosta de futebol e ouve samba.

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